quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A poesia não rima com a vida

Respiração de prata

És fingimento e lamento,
és fugaz ou és eterno,
verso amado, sofrido,
palavra que ondula na canção,
espírito indeciso,
corpo impopular.
Quem sabe se tens razão?
Respiração de prata
que embala a quadra
e geometriza a rima,
presumível inocência
assumida mea culpa,
palpite venal,
lugar comum doloroso.
A dita contemplação...
Uma barragem arterial.


Tens dono?

Se me souberes responder,
poema, 
ser-te-ei grato.

Mesmo que escrevas:
a poesia não rima com a vida.


Marco Dias
http://www.livrariapoetria.com/livro.php?m=1&s=17&l=2529

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