sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A nossa certeza já não existe


Aqui nos tens.
Não nos faças maiores
do que à natureza das horas
é dado cumprir.

Em volta da tua boca
continuarás a dizer-nos
e a ouvir-nos
porque esse é o destino
que habita a voz
no coração das sementes.

Ao tempo das marés
arrebatarás cada dia
e viverás a luz
das mortes que te são destinadas.

Poré, com elas,
não poderás ferir
a conturbada inocência de existir
nem, por isso, exercerás mais danos
do que aqueles de que necessitas
para te saberes humano.

R. Lino
http://www.livrariapoetria.com/livro.php?m=1&s=17&l=2710

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